Porto III | Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

Já um pouco distante da última partilha daquela que foi a minha última visita ao Porto, trago hoje a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto - uma das instituições mais prestigiadas do país. Avanço desde já que a faculdade é fantástica e desejei algumas vezes percorrer aqueles corredores todos os dias ao invés dos corredores da FA-UL. Mas se há coisa que a FA-UP não ganha à nossa faculdade de Lisboa, é a paisagem!






Considerando o devido reconhecimento que a FA-UP deve ter, há uma breve apresentação (quase) necessária. A FA-UP é mais uma das obras do arquitecto Siza Vieira, data de 1996 e é composto por oito edifícios de betão armado cuja ligação é feita por corredores subterrâneos. Está localizada no Polo Universitário do Campo Alegre mas a sua específica localização é ainda mais particular: fica nos terrenos da antiga Quinta do Gólgota e o edifício principal da quinta ainda permanece intacto, recebendo hoje em dia os alunos de mestrados.







A FA-UP tem detalhes particularmente especiais. Provavelmente, se a visitasse sem um guia, não saberia detectar os pormenores que Siza deixou aqui ou ali - todos com o devido objectivo. Tivemos a sorte de ser guiados por uma aluna de mestrado que ali estuda há cinco anos e que conhece aquela casa - porque uma faculdade de arquitectura é isso mesmo! - melhor do que ninguém. Mostrou-nos segredos que não é suposto serem conhecidos pelos alunos mas que, como curiosos que somos, acabamos sempre por descobrir e partilhar. 





Não sei se estou completamente encantada com a aparência exterior da faculdade. Tenho uma certa aversão a vãos ou, melhor dizendo, à maneira com que os vãos se acabam por relacionar com o edifício em si. Até hoje, não consegui perceber se tenho uma opinião positiva ou negativa em relação a isso. Mas o interior - não fosse eu de interiores - é fácil de me deixar encantada!







Existem escadas sem guarda. Há sempre uma luz natural presente. Os materiais usados transmitem uma frieza que, ao contrário do que se possa pensar, não nos parece menos cómodo por isso. Os auditórios têm uma acústica de se lhe tirar o chapéu (comparando aos da FA-UL). Não existe vedações mas, curiosamente, existe um portão cuja função perde toda a credibilidade mas que foi colocado de propósito, de maneira a tornar-se apenas numa entrada simbólica. Os cacifos são do meu tamanho (cabe um tubo na sua extensão máxima!). Existem aqueles pequenos detalhes que ninguém quer ver mas que estão estrategicamente inseridos na arquitectura de maneira a que nós, estudantes, possamos ver mais um bocadinho do que ali se passa e, de certo modo, aprender com isso.
























Termino em tom de desabafo; quem me dera que esta faculdade tivesse o curso de arquitectura com especialização em interiores e reabilitação. Quem me dera! (...) Fiquem desse lado.

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